Lipedema: Sintomas, diagnóstico e tratamento

por | Nutrição, Obesidade e Emagrecimento, Todas | 0 Comentários

Reconhecido como doença em 2022, o lipedema é uma condição crônica caracterizada pelo acúmulo anormal de gordura no corpo.

Em 2022, a OMS (Organização Mundial de Saúde) reconheceu o lipedema como doença.

Essa condição crônica é mais presente no corpo feminino e acomete mais de 11% de mulheres, sendo a causa de cerca de 245 procedimentos cirúrgicos por ano.

Apesar de ser muito comum, ela é pouco diagnosticada e muitas vezes até confundida com a obesidade, o que dificulta a busca pelo tratamento e gera na mulher desconforto com o corpo, tanto no campo estético, quanto no campo da saúde.

Caracterizada pelo aumento desproporcional de gordura nas pernas e até nos braços (formação de “colchões” ou “pérolas” de gordura), essa doença pode ter procedência genética e hormonal, e atinge, principalmente, mulheres em idade reprodutiva, iniciando-se muitas vezes na adolescência e seguindo até a idade adulta.

Mulheres que possuem essa patologia normalmente têm um excesso de gordura nos membros inferiores, mas não nos pés. Quando acontece nos braços, as mãos também não são afetadas.

O lipedema tem um diagnóstico difícil principalmente por ser confundido no meio médico com a obesidade e com o linfedema, condição que aumenta a circunferência de todo o membro, isto é, pernas e pés, por acúmulo de líquido.

Neste artigo vou te apresentar mais detalhes sobre essa doença. Continue lendo para conhecer mais sobre essa condição médica que causa muito desconforto à várias mulheres.

1.Sintomas

O principal sintoma do lipedema é o acúmulo de gordura nos membros inferiores.

Essa patologia acomete os dois membros igualmente, ou seja, as duas pernas (ou braços) têm acúmulo de gordura. Há casos muito raros em que as pessoas desenvolvem o lipedema no rosto, abdômen e axilas, mas normalmente notamos a recorrência do desenvolvimento dessa doença nos braços e pernas.

Além do excesso do tecido adiposo, pessoas com essa doença ainda podem ter:

  • Dor;
  • Fragilidade dos capilares (pequenos vasos sanguíneos);
  • Peso nos membros;
  • Hematomas;
  • Queda capilar;
  • Inchaço;
  • Desconforto;
  • Hipersensibilidade.

Além disso, pacientes com lipedema têm predisposição a lesões nas articulações, tendo a possibilidade de desenvolver, em casos mais avançados, dificuldades de andar e atrofia muscular.

Segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo, o lipedema se apresenta em quatro estágios:

  • Estágio 1: quando há a presença de alguns nódulos de gordura, mas a pele continua normal.
  • Estágio 2: a pele começa a apresentar irregularidades, flacidez (similar à celulite) e nódulos maiores.
  • Estágio 3: há a presença de flacidez e dobras na pele, com a presença de nódulos e áreas de fibrose, que se assemelham a cicatrizes por baixo da pele. Essas áreas de fibrose são causadas pela inflamação crônica.
  • Estágio 4: além das alterações que o paciente já apresenta, ocorre o comprometimento do sistema linfático.

Esse comprometimento soma-se aos possíveis problemas de circulação, que aumenta o inchaço e agrava a insuficiência venosa, afetando a mobilidade e dificultando a perda de gordura localizada por meio da atividade física.

Além dos impactos físicos, essa patologia ainda afeta o psicológico, já que muitas vezes é confundida com a obesidade, podendo até levar ao surgimento de distúrbios alimentares.

2. Diagnóstico

O diagnóstico do lipedema é dado de forma clínica. Nele é feita a análise de deposição de gordura no corpo e dos outros sintomas associados à doença. Essa análise pode ser realizada a partir de uma ultrassonografia, ressonância magnética e tomografia computadorizada.

Por ser facilmente confundida como obesidade pelo paciente, a demora no diagnóstico pode levar a complicações no quadro clínico, como a inflamação generalizada, dor e problemas de circulação e de mobilidade.

Apesar do lipedema não ter cura, o tratamento pode aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente.

3. Tratamento

O tratamento do lipedema envolve a ação de muitos profissionais, principalmente para garantir que os sintomas sejam controlados e não retornem.
Para amenizar os sintomas dessa doença é necessário que o paciente realize uma dieta rica em fibras e proteínas para controlar o peso. A prática de atividades físicas também é essencial.

Em muitos casos ocorre a indicação do uso de medicamentos e em casos mais extremos, a cirurgia também é indicada ao paciente.

Vale lembrar que o acompanhamento psicológico também é essencial, já que muitas mulheres desenvolvem problemas psicológicos devido a aparência física e a dificuldade de locomoção.

Conclusão

Mesmo sendo muito antigo, o lipedema ainda é uma condição médica sobre a qual a população sabe muito pouco, dificultando, inclusive, na dimensão real de pessoas afetadas e que ainda pode ser mal diagnosticada por profissionais da saúde, necessitando de muita atenção por parte de todos.

Aqui no consultório prezamos muito pela informação e pelo diagnóstico preciso de cada paciente. Se você está com os sintomas do lipedema ou está em dúvidas sobre o seu diagnóstico, entre em contato com a minha equipe. Nós estamos prontos para tirar todas as suas dúvidas.

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